sexta-feira, 13 de janeiro de 2012



Pira fúnebre.
O cheiro a carne queimada,
Fumo negro.
Os corpos ardem noite fora.


Há muito se perdeu a conta.
A conta de quantos são,

De quantos ardem naquela pilha de morte.
Os corpos ardem noite dentro.

Ninguém os carregou até ali,
Caminharam todos de livre vontade até aquele mórbido local,
Caminharam numa bicha interminável.
Os corpos iluminam a noite.

Não nós preocupemos com luz,
A gordura imunda e decadente é círio.
E quanto mais gordos e atrofiados, mais fogo emanam.
Os corpos conspurcam o ar da noite.

Foi para este momento que engordaram toda a vida,

Para esta pira lúgubre,
Este amontoado triste, fatal, final.

Os corpos arderão até de manhã.

O Sol não nascerá...



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