quarta-feira, 4 de janeiro de 2012


Um copo com um tilintar gelado
Vai e vem, vai e vem...
E eu aqui sentado
De copo na mão.

Já fui eterno na efemeridade,
A efemeridade ridícula de tudo o que é.
A existência.
O todo.

Mas coloco-me agora no epicentro da mancha laranja,
Escrevo relembrando o passado,
Escrevo adivinhando o futuro,
Não sou nada.


O gelo derrete no copo.
O martini adoça-me a boca,
Adoça-me a vida.
O gelo derrete como eu.

O degelo perante o impotente contemplar
Dos olhos humanos,
Da centelha da vida.
O frio, a liquefação, o fim.

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