sexta-feira, 25 de novembro de 2011


Onde param as tuas mãos? Abre-se um novo capítulo. Luz, luz de todos os cantos do universo, do ser. Flutuo em êxtase, sou o infinito. Lençóis lavados e pendurados ao sol sobre uma alfacinha paisagem que tanto deve ao rio, o Tejo. A navegação faz-se à vista, de nada serve traçar rotas. Voar não é um exercício matemático, o verdadeiro voo é desprovido de cálculo de previsão. Existe o risco de cair? Existe pois!, está ali, bem real. E que importa isso? Depois de voar nada mais importa. O disco que toca e gira e gira e gira... gira como o mundo. Em que parte dele param as tuas mãos? Não sei se param sequer. Orfeu descreve a viagem que Morfeu conduz até ao onírico. Se chegámos ao ponto sem retorno não importa, fomos felizes, vivemos. E que é viver? Lorpices, falsas questões. Ruas que levam a sítios, sítios que levam a coisas. Árvores, verdejantes pomares. O fruto está em todo lado e é doce, realmente doce. Por vezes o povo não o deixa amadurecer, outras não chega a amadurecer de todo. Gostava de saber porque céus voas, o que vês daí de cima onde já voei contigo. O unicórnio branco - hoje é esta a cor que quero que tenha. Branco placidez, branco plenitude, branco eternidade. A paixão move o mundo, não te desenganes meu rapaz, não há nada que não possa fazer, e, em fim último, também não há nada que possa. É assim, uns voos aqui, uns brancos ali, uns capítulos acolá e também umas paixões. (Hoje estou a espremer o fundo do depósito.) Hoje parece-me o assunto ser esse, luz. É tão bom como outro qualquer. As descidas às profundezas e ascensões aos píncaros fazem de nós o que somos, a incolumidade com que chegamos ao fim da jornada faz de nós o que somos no pleno, no infinito.  Preciso de elevadores infinitos, quero subir o mais alto que possa. Quero sentar-me no topo e observar o tudo de cima. Será pedir demasiado? (O melhor de minha produção literária? Não o será certamente, mas pode ser que distraia uma qualquer alma do modo que distraiu por uns momentos a minha. Ao menos o que se faz vai ficando.)

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