terça-feira, 29 de novembro de 2011


Somos imortais. O ar electriza-se numa aura de excitação extasiante e aprazível. Os deuses invejam-nos. Toda a vida na palma da mão, ao alcance de um estalar de dedos. Fazemos as leis e ignoramos as que nos são exteriores, não queremos saber. A nossa preocupação é de índole boémia, hedonista, é esse o nosso fado. Passamos noites em claro, escrevemos o destino do mundo e nem a morte nos pode parar. Metafísica bastante para este universo e para os próximos. Não temos deus, mas mais importante, ele não nos tem a nós. Autoridades independentes e supremas, omnipotentes. Noites infinitas, nasceres do sol perfeitos. Um, dois, inúmeros copos meio-cheios. Somos dourados, somos eternos. Livros, sorrisos, ruas a subir e a descer com elevadores à disposição. Observamos a vida do alto dos telhados, não fazemos parte do mundano. Olhos azuis, cabelos de ouro, formas perfeitas. O sol como alimento, a felicidade como água, a cultura é o ar que respiramos. Este mar, este povo, esta calçada... Comida rápida, queremos agora, para já. A carpete vermelha estende-se diante dos pés. Personagens principais no palco da vida. Observem e aplaudam, pois é tudo o que podem fazer. Frases dispostas com aparência aleatória e com sentido de verdade. É assim o nosso universo, é assim que o fazemos e somos apenas visitantes desconhecidos dos quais nunca ouvirão falar.

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