sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


Um parque infantil deserto, ruas, carros, casas abandonadas... Uma terra de morte, a marca do homem. Quem mente tão brilhante... Por vezes brilhante demais. Perdemo-nos em extremismos, viramos as costas à democracia ao mínimo revés. Ditaduras por toda à parte. Somos facilmente manipuláveis nestas circunstâncias, ficamos cegos de desespero, tomados por um saudosismo irracional, regredimos. O capitalismo é um mal necessário, somos servos do fiduciário. O cancro do dinheiro espalha-se por toda à parte, somos materialistas, consumistas e tornamo-nos  chauvinistas. Temos memória curta e subvalorizamos liberdades, afinal são garantidas, não precisamos de nos preocupar. Entregamos a liberdade - iludidos - a lideres carismáticos, fortes e sensatos, tudólogos encartados e com diploma. Por favor!, poupem-me os falsos nacionalismos, estou farto de hipocrisias sujas e baratas. Sou tomado por uma enorme cefaleia. Será a misantropia a solução? Não sei, mas parece-me irónica a ideia de odiar algo a que pertencemos, mas por outro lado, não fui eu que pedi a integração e não posso fazer grande coisa para me apartar do mesmo. E foi este o inferno nuclear o presente que o extremismo bélico nos deixou. Ai está, apreciem o disforme espectáculo de morte que todos encenamos ou do qual somos culpados, pelo menos, como observadores. Que questiono eu? A própria humanidade é toda ela pintada de misantropia. É claro, está à vista, à superfície e no interior de tudo. Agora é tarde demais, Chronos nunca retrocede na sua vereda. E agora o que fica? Talvez tanto quanto existia... Pouco e sem sentido. Nações inteiras compostas apenas por cidades fantasmas, o rosto da morte colectiva no vazio.

Sem comentários:

Enviar um comentário