segunda-feira, 1 de abril de 2013






Dia 7305, a vida esbofeteia-me, mais uma vez, na cara, com o implacável golpe da fatalidade – sem surpresas, mais uma vez.

Os dias tornam-se monótonos. É isto. Sim, o fatalismo e todo o 'ismo' e toda a 'gia'. Os fatais dias do fatalismo acabarão de forma fatal e a matéria fecal substituirá toda a retórica existencial – que nunca evoluiu de segregação rectal.

“Somos todos rebeldes a tentar ser rebeldes com outros rebeldes que já não querem ser rebeldes por todos os outros serem rebeldes. Rebeldes, os mais rebeldes entre os rebeldes.
Ou vens aqui, eu faço-te alguma coisa boa para comer, depois comes-me a mim, depois acordas, comes-me e em seguida em faço-te alguma coisa para comeres, dormes, acordas, comes-me e depois comes mais qualquer coisa e a mim, mas só depois de teres comido, nunca antes.” Transcrição original.

O fatal é mais uma vez anunciado, ele vem e vai e vai e vem. 

-Mas não temas, faz-se sempre anunciar e espreita, sussurra, conspira e suspira a cada esquina… e respira. Respira tudo e todos e os tolos e nós, e os ignorantes e nós e quase todos (que não somos nós). E nós – os outros que não somos quase todos -, continuamos nesta dialéctica que tem tanto de estéril como de fértil. Estamos cobertos e mergulhamos em fezes em cardume com todos os outros que não somos nós (e que são a maioria), mas ao menos temos o discernimento de conseguir discutir a sua cor e consistência – mas sempre inteligentemente e com consciência.

E qual será o propósito? Digo-vos já: não há. Mas por agora ignoremos isto e continuemos a discutir o assunto - afinal, somos intelectuais, pessoas da razão, do saber!.

Passamos manhãs e tarde e noites e copos a discutir. Discutimos, discutimos, discutimos. Todos os caminhos nos levam a um sítio concreto e bem desenhado: nenhures, utopia.

Mas o lado positivo é que somos felizes lá - Não somos. Como poderíamos ser?. Brincamos, passeamos, conversamos…

E é sempre assim, na monotonia da fatalidade. Onde os poetas são tão ignorantes quanto os ignorantes e os pensadores pensam com tanta claridade e sapiência como todos os outros. Afinal, somos todos pensadores. Uns mais, outros menos.

Muito menos.